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Sucuri-amarela é flagrada predando garça no Pantanal, MT

Sucuri-amarela é flagrada predando garça no Pantanal, MT O Pantanal Norte (MT) foi cenário de um registro impressionante: uma sucuri-amarela (Eunectes notaeu...

Sucuri-amarela é flagrada predando garça no Pantanal, MT
Sucuri-amarela é flagrada predando garça no Pantanal, MT (Foto: Reprodução)

Sucuri-amarela é flagrada predando garça no Pantanal, MT O Pantanal Norte (MT) foi cenário de um registro impressionante: uma sucuri-amarela (Eunectes notaeus) foi flagrada predando uma garça-branca-pequena (Egretta garzetta). O momento foi captado pelo guia de turismo Victor Vinícius. Segundo o guia, ele estava em uma passarinhada quando ouviu um grupo de jaçanãs cantando sem parar. “Corri para ajeitar o tripé e deixei filmando, enquanto admirava tudo boquiaberto”, relata. Sucuri-amarela é flagrada predando garça no Pantanal, MT Victor Vinícius De acordo com o herpetólogo Will Pessoa, sucuris são serpentes semiaquáticas que utilizam a estratégia conhecida como ‘senta e espera’, em que permanecem imóveis e dentro d’água até o momento ideal de atacar, economizando energia e reduzindo a exposição aos inimigos naturais. Por terem os olhos e as narinas posicionados na parte superior da cabeça, conseguem manter somente a ponta do focinho para fora d’água, respirando discretamente no meio da vegetação, o que dificulta a detecção por presas e predadores. Sucuri-amarela projeta o pescoço, morde a presa e a puxa para dentro da água, já a enrolando como um carretel Victor Vinícius “Elas identificam suas fontes de alimento pelo cheiro e pelo movimento da água. As narinas ficam expostas e, com a língua, dardejam para captar odores e perceber tudo ao redor”, explica o especialista. O ataque é rápido: a serpente projeta o pescoço, morde a presa e a puxa para dentro da água, já a enrolando como um carretel. Assim inicia a constrição, o aperto contínuo que impede a expansão do pulmão da vítima. A morte ocorre por asfixia, enquanto a quebra dos ossos é apenas consequência da força. Como são ectotérmicas, de sangue frio, as sucuris dependem do calor do sol para acelerar o processo Hugo Hulsberg/biodiversity4all “Quando o animal inspira, o pulmão se enche e a caixa torácica se expande. Ao expirar, ela diminui, e é nesse instante que a serpente aperta mais. A cada expiração, o aperto aumenta. Chega um momento em que a presa já não consegue inspirar nem expirar, e morre sufocada”, detalha Will. O tempo de digestão varia conforme o tamanho da presa e a temperatura ambiente. Aves como a garça, por serem leves e com muita penugem, são digeridas rapidamente, em cerca de três a quatro dias. O tempo de digestão da sucuri varia conforme o tamanho da presa e a temperatura ambiente Hugo Hulsberg/biodiversity4all Como são ectotérmicas, de sangue frio, as sucuris dependem do calor do sol para acelerar o processo. No entanto, a garça oferece pouco valor nutricional, muitas vezes não sendo o suficiente para a serpente ficar uma semana sem comer. A espécie pode consumir peixes, jacarés, aves, mamíferos e lagartos. As sucuris identificam suas fontes de alimento pelo cheiro e pelo movimento da água Victor Vinícius Predominantemente diurnas, passam grande parte do tempo na água ou entre a vegetação próxima às margens. Após ingerir uma presa grande, tendem a permanecer imóveis e camufladas para evitar espécies predatórias. Caso sejam perturbadas ainda com o estômago cheio, podem regurgitar o alimento para reduzir o volume corporal e, assim, se defender e facilitar a fuga. *Texto sob supervisão de Fernanda Machado VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente